16 de março é o dia daquele que costuma ser o primeiro contato dos pacientes, o médico clínico geral. Mais do que uma homenagear, é uma forma de reconhecer a importância de quem escolheu esse sacerdócio, como o Doutor Alexandre Silvestre Cabral.
Em meio à extensa lista de especialidades médicas, na dúvida o paciente costuma recorrer a um clínico geral, antes de ir a um especialista. Um clínico geral é um profissional de saúde que pode diagnosticar uma variedade de condições médicas comuns.
Filho de pais dentistas, graduado, com residência em Clínica Médica e Nefrologia pelo Hospital das Clínicas da FMRP-USP, o Doutor Alexandre explicou que a escolha pela medicina foi nascendo aos poucos durante o ensino médio. “Eu gostava muito de estudar, gostava de biologia e tinha ideia de seguir carreira com algo que atendesse a isso. Sempre admirei o trabalho dos meus pais, mas acabei preferindo ser médico, e até o internato pensava em ser obstetra”.
A admiração pela clínica médica nasceu no internato, no primeiro contato com professores da área, que serviram de exemplo para o que viria ser seu sacerdócio. “Vou citar alguns deles, mesmo sabendo que estou sendo injusto com outros. Professores Antônio Pazin (cardiologista) e Margareth de Castro (endocrinologista), que são excelentes em suas especialidades, mas são excelentes clínicos também. Basicamente aquele sentimento de admiração e de quando crescer quero ser como eles”, lembrou.
Alexandre não imaginava ser nefrologista, mas sempre admirou os professores que teve desde a graduação, e no estágio na enfermaria a força do exemplo foi ainda maior. “A escolha veio na enfermaria de nefrologia, com o professor Osvaldo Merege. Percebi que quando virasse gente grande, queria ser como aquele médico, que era muito inteligente, sabia medicina de uma forma geral, era extremamente resolutivo para os pacientes”, contou.
Hoje, Alexandre atende pacientes ambulatoriais no consultório e em hospitais. “Por causa da minha especialidade, a grande parte do meu trabalho é cuidar de pacientes com doença renal crônica. Contudo, muitos dos pacientes com doença renal crônica são pacientes com diversos problemas das diferentes especialidades da Clínica Médica e, por esse motivo, acabo atendendo a essas diferentes necessidades, muitas vezes com apoio de outros especialistas”.
Doutor Alexandre ainda atua como coordenador de Defesa Profissional da Associação Médica do MS, é conselheiro do CRM-MS e participa de departamentos e comitês da Sociedade Brasileira de Nefrologia. “Esses trabalhos, embora não sejam trabalho clínico direto, são importantes também para que possamos garantir para todos um bom exercício da medicina e da minha especialidade”, explicou.
A compaixão com o próximo, o respeito, a vontade de ajudar e salvar vidas resumem muito o amor pela medicina. Para Doutor Alexandre, a profissão cobra um preço, mas o sentimento de gratidão é maior que qualquer desafio. “A medicina não é, via de regra, glamourosa, como muitos podem acreditar. Exige muitos sacrifícios físicos e mentais do médico e de seus familiares. Mas, embora testemunhamos muita dor e sofrimento, o sentimento de propósito de aliviar a dor do próximo é algo que transcende palavras. É uma vocação que sacrifica muito, mas é muito gratificante”.